quarta-feira, 8 de julho de 2009

Um pouco de verdade!

Duas bolas, por favor
Danuza Leão

Não há nada que me deixe mais frustrada do que pedir sorvete de sobremesa, contar os minutos até ele chegar e aí ver o garçom colocar na minha frente uma bolinha minúscula do meu sorvete preferido. Uma só. Quanto mais sofisticado o restaurante, menor a porção da sobremesa. Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência, comprar um litro de sorvete bem cremoso e saborear em casa com direito a repetir quantas vezes a gente quiser, sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação. O sorvete é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano. A vida anda cheia de meias porções, de prazeres meia-boca, de aventuras pela metade. A gente sai pra jantar, mas come pouco. Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons.. Conquista a chamada liberdade sexual, mas tem que fingir que é difícil (a imensa maioria das mulheres continua com pavor de ser rotulada de 'fácil'). Adora tomar um banho demorado, mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta. Quer beijar aquele cara 20 anos mais novo, mas tem medo de fazer papel ridículo. Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD, esparramada no sofá, mas se obriga a ir malhar. E por aí vai. Tantos deveres, tanta preocupação em 'acertar', tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação.... Aí a vida vai ficando sem tempero, politicamente correta e, existencialmente, sem-graça, enquanto a gente vai ficando melancolicamente sem tesão... Às vezes dá vontade de fazer tudo 'errado'. Deixar de lado a régua, o compasso, a bússola, a balança e os 10 mandamentos. Ser ridícula, inadequada, incoerente e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito. Recusar prazeres incompletos e meias porções. Até Santo Agostinho, que foi santo, uma vez se rebelou e disse uma frase mais ou menos assim: 'Deus, dai-me continência e castidade, mas não agora'... Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem, podemos (devemos?) desejar várias bolas de sorvete, bombons de muitos sabores, vários beijos bem dados, a água batendo sem pressa no corpo, o coração saciado. Um dia a gente cria juízo. Um dia. Não tem que ser agora. Por isso, garçom, por favor, me traga: cinco bolas de sorvete de chocolate, um sofá pra eu ver 10 episódios do 'Law and Order', uma caixa de trufas bem macias e o Richard Gere, nu, embrulhado pra presente. OK? Não necessariamente nessa ordem. Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago . . .

Beijos e até!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Pashimina

Muitos acham que pashimina é a denominação da famosa manta, mas na verdade, este é o nome do fio usado. Cada vez mais a pashimina vem mostrando que veio para ficar e hoje é um dos itens indispensáveis no nosso guarda-roupa.
A palavra pashimina possui várias explicações. Uns dizem que vem da palavra Persa para lã, outros que deriva da palavra ipashami que se refere a fina lã da Chvangrai, a cabra selvagem do Himalaia (Cabra Hibiscus Ibex).
Muitos confudem a pashimina com o cashmere. Apesar de serem parentes próximos, existem diferenças entre os dois. O cashmere, originário da Cachemira, no norte da India, possui uma textura mais grossa e áspera. Feito da totalidade do pelo das cabras da montanha apresenta uma fibra mais grossa, por volta de 16 a 19 microns em diâmetro contra a grossura de 10 a 16 microns da pashimina. Esta diferença se deve ao fato de apenas o sub-pêlo da barriga das cabras selvagens serem usados para a produção da pashimina. Já o cashmere aproveita o pelo das cabras na sua totalidade.
A trama da pashimina é tão fina que demanda um fio de mais de 3 quilômetros para completar um pequeno xale. São necessários 7 animais para produzir uma única peça.
Cuidar da pashimina não é difícil. Guarde o seu xale enrolado para evitar desgaste na área dobrada. O ideal é lavar a seco, mas se lavar em casa tome alguns cuidados. Não ponha na máquina. Lave a mão. Basta lavar em água morna para fria, com xampu natural para cabelos com ph baixo. Torça com o auxílio de uma toalha felpuda, estenda o xale para secar numa superfície plana e bem ventilada para que ele reassuma sua forma natural. Passe com leveza com um ferro a vapor.
A pashimina é fácil de usar e muito chique (adoroooo). Um luxo com vestidos, casaquinhos, terninhos, jeans e camiseta. Ela fica bem nos ombros, no pescoço, na cintura, na cabeça.
Agora é só usar e ficar bem quentinha no inverno, que aliás tá de matar este ano!
Obrigado ao Luizinho por ter enviado um texto sobre as pashiminas "para o seu blog"rsrs.

Beijos, até a próxima!